segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

ATENÇÃO AOS PAIS! Seriam os conservantes, as gorduras saturadas e trans, os corantes dos fast foods que influenciam processos alérgicos em crianças?


Fast foods podem causar asma, rinoconjuntivite e eczema? 
Achados do Estudo Internacional de Asma e Alergias na Infância – Fase III


*Comer fast-food 3 x/semana pode levar crianças a contrair asma ou eczemas, segundo  pesquisa que analisou padrões de dietas e doenças em 500 mil crianças de mais de 50 países.

Certos alimentos podem aumentar ou diminuir o risco de desenvolvimento da asma, rinoconjuntivite e eczema. 

Neste estudo, foi explorado o impacto da ingestão de certos tipos de alimentos sobre as doenças acima citadas, no Estudo Internacional de Asma e Alergias na Infância – Fase III (Phase Three of the International Study of Asthma and Allergies in Childhood). 

Questionários sobre a prevalência dos sintomas de asma, rinoconjuntivite e eczema, e sobre a frequência e tipos de alimentos ingeridos nos últimos 12 meses foram preenchidos por adolescentes com idades entre 13-14 anos e pelos pais de crianças com idades entre 6-7 anos.

A taxa de probabilidade (TP) foi estimada por meio de regressão logística, ajustando para potenciais confundidores, e de um modelo misto de efeitos aleatorizados. 

Como resultado, foi encontrado que as crianças e adolescentes apresentaram um potente efeito protetor na incidência de asma severa com o consumo de frutas ≥ 3 vezes/ semana (TP 0,86, IC 95% 0,76-0,97; TP 0,89, IC 95% 0,82-0,97, respectivamente). Esses efeitos estão relacionados ao conteúdo de antioxidantes e componentes bioativos que reduzem os efeitos negativos do consumo das fast foods.

LEMBRANDO: A recomendação é 3-5 porções DIÁRIAS de frutas!

No estudo, também pode ser observado um risco aumentado de asma severa nas crianças e adolescentes com o consumo de fast foods ≥ 3 vezes/semana bem como um aumento do risco de rinoconjuntivite severa e eczema severo- cerca de 39% mais riscos de sofrer de asma severa no início da adolescência,  e crianças entre seis a sete anos, tinham 27% a mais de chances de sofrer dessa condição. Padrões similares para ambas faixas etárias foram observados para as análises regionais, e foram consistentes com gênero, classe econômica e sintomas atuais destas três condições. 

As conclusões, publicadas na revista especializada Thorax, afirma que alimentos do tipo fast-food contêm altas doses de gordura TRANS, conhecidos por afetar a imunidade. E em determinados casos, alimentos como leite bovino, ovos, peixe, mariscos, produtos de levedura, nozes e alguns corantes e conservantes, podem agravar os sintomas.



Fonte: VP Consultoria/ BBC Brasil

Referência bibliográfica:
ELLWOOD,P; ASHER, M.I.; GARCIA-MARCOS, L. et al. Do fast foods cause asthma, rhinoconjunctivitis and eczema? Global findings from the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) Phase Three. Thorax; 2013.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Se você come frequentemente pipoca de microondas... CUIDADO!


CONSUMO DE FLAVORIZANTES E RISCO DE ALZHEIMER -
Especial Atenção: manteiga utilizada nas pipocas de micro-ondas


Texto elaborado pelo Depto.Científico da VP Consultoria Nutricional 


O diacetil (2,3-butanodiona) é uma a-dicetona presente naturalmente na manteiga e em uma variedade de alimentos, incluindo produtos lácteos e bebidas alcoólicas, como produto de fermentação bacteriana1. As indústrias de sabores produzem formulações concentradas de diacetil, usado principalmente como aditivo aromatizante de manteiga em pipocas de micro-ondas2. Além disso, também é encontrado no tabaco e utilizado por indústrias como reagente analítico, antimicrobiano e como material de partida para síntese química. Assim, há uma preocupação significativa quanto à exposição humana ao diacetil1. 

A inalação de vapores de diacetil e aromatizantes de manteiga pode causar uma variedade de doenças respiratórias (anormalidades da espirometria - obstrução do fluxo aéreo) tanto naqueles que trabalham em indústrias que utilizam os mesmos quanto nos consumidores, incluindo a bronqueolite obliterante (BO), uma doença pulmonar irreversível, rara e grave3-9. 

Em um estudo realizado por Rigler e colaboradores5, foram testados três manteigas naturais e aromatizantes artificiais de manteigas em pipoca de micro-ondas (três pós, duas pastas e um líquido) para avaliar a concentração de diacetil em massa e quando aquecidos. A manteiga líquida e as pastas continham a maior quantidade (6 a 10,6%), enquanto a manteiga natural possuía 7500 vezes menos diacetil. Todos os aromas artificiais de manteiga emitiram diacetil, porém os pós secos emitiam até 1,62ppm de diacetil; os pós úmidos até 54,7ppm e as pastas até 34,9 ppm. A manteiga líquida emitiu até 17,2ppm. As misturas de aromas de pipocas de micro-ondas emitiram até 11,4ppm. Pelo menos, 93% das partículas de pós secos foram inaláveis. Isto mostra que os aromatizantes de manteiga utilizados em pipocas para micro-ondas geram concentrações de diacetil no ar suficientes para colocar em risco os indivíduos expostos5. 

Um nível seguro de exposição ao diacetil não foi estabelecido. Alguns estudos propuseram um limite de exposição em 0,2ppm. Porém, foram encontrados em análises, níveis seguros de exposição em torno ou abaixo de 1ppb para um tempo de 8 horas3. 

O diacetil influencia vários aspectos da agregação da proteína ß-amiloide (Aß), uma das principais alterações associadas com a doença de Alzheimer. A fluorescência da tioflavina T e medições espectroscópicas de dicroísmo circular revelou que o diacetil acelera a agregação Aß1–42 em análises solúveis e insolúveis de estruturas ß-plissadas. O diacetil se liga covalentemente a Arg5 da Aß1–42 através de digestão proteolítica em experimentos de espectrometria. O diacetil também inibe a glicoxalase I, o iniciador primário de detoxificação da amiloide, promovendo espécies que são geradas naturalmente em grande quantidade pelo tecido neuronal. Portanto, a exposição crônica ao diacetil pode, em longo prazo, levar à toxicidade neurológica, aumentando o risco de desenvolvimento de Mal de Alzheimer10. 

Referências Bibliográficas:
1. MATHEWS, J.M; WATSON, S.L.; SNYDER, R.W. et al. Reaction of the Butter Flavorant Diacetyl (2,3-Butanedione) with N-a-Acetylarginine: A Model for Epitope Formation with Pulmonary Proteins in the Etiology of Obliterative Bronchiolitis. Agric Food Chem; 58(24): 12761–12768, 2010.
2. LOCKEY, J.E.; HILBERT, T.J.; LEVIN, L.P. et al. Airway obstruction related to diacetyl exposure at microwave popcorn production facilities. Eur Respir J; 34: 63–71, 2009. 
3. EGILMAN, D.S.; SCHILLING, J.H.; MENENDEZ, L. A proposal for a safe exposure level for diacetyl. Int J Occup Environ Health; 17(2):122-34, 2011. 
4. EGILMAN, D.S.; SCHILLING, J.H. Bronchiolitis obliterans and consumer exposure to butter-flavored microwave popcorn: a case series. Int J Occup Environ Health; 18(1):29-42, 2012. 
5. RIGLER, M.W.; LONGO, W.E. Emission of diacetyl (2,3 butanedione) from natural butter, microwave popcorn butter flavor powder, paste, and liquid products. Int J Occup Environ Health; 16(3):291-302, 2010.
6. CAVALCANTI, Z.D.; ALBUQUERQUE FILHO, A.P.; PEREIRA, C.A. ET al. Bronchiolitis associated with exposure to artificial butter flavoring in workers at a cookie factory in Brazil. J Bras Pneumol; 38(3):395-399, 2012.
7. KOVACIC, P.; COOKSY, A.L. Electron transfer as a potential cause of diacetyl toxicity in popcorn lung disease. Rev Environ Contam Toxicol; 204:133-48, 2010.
8. HARBER, P.; SAECHAO, K.; BOOMUS, C. Diacetyl-induced lung disease. Toxicol Rev; 25(4):261-72, 2006.
9. VAN ROOY, F.G.; SMIT, L.A.; HOUBA, R. ET AL. A cross-sectional study of lung function and respiratory symptoms among chemical workers producing diacetyl for food flavourings. Occup Environ Med; 66(2):105-10, 2009.
10. MORE, S.S.; VARTAK, A.P.; VINCE, R. The Butter Flavorant, Diacetyl, Exacerbates ß-Amyloid Cytotoxicity. Chem Res Toxicol; 2012 Jul 6. 

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